ESTÚDIOS DE GRAVAÇÃO M.A.C.

Ainda era uma novidade para mim, poder cruzar os portões do inferno sem problemas, eu estava próximo da entrada principal, sabe aquela entrada secreta onde está escrito de gravação. Eu sei, eu sei, eu não devia estar lá perto, pois o meu lugar era o acampamento meio sangue, mas a noite eu me sentia tão poderoso que não conseguia ficar no acampamento, então eu sempre dava um jeito de fugir a noite.
Fugir não era o problema, mas sim entrar de novo e ser pego por isso a punição era severa. Mas o interessante era que desta vez eu não voltaria sozinho, pois havia encontrado uma de minhas irmãs que havia fugido a noite também. E agora estávamos lá eu e ela entrando no estúdio de gravação onde encontraríamos Caronte sempre ocupado atrás daquele balcão.
Minha irmã era mais experiente que eu em fugas, mas mesmo assim mais nova que eu. Passamos pelos fantasmas como se estivéssemos no parque ou em casa. Realmente o contato com os mortos nos deixava a vontade. Chegamos próximo a ele com pressa, pois o sol já ia nascer e não queríamos chegar ao acampamento com o sol já brilhando.
Ele nos ignorou a principio, mas minha irmã o chamou pelo nome e lhe disse que tinha algo para ele. Ao ele olhar ela estendeu a mão e ele também com a esperança de receber alguma dracma, mas ao invés disso ele viu que na mão de minha irmã tinha uma bola de fogo negro. Ele quase prendeu a respiração ao perceber quem éramos, mas isso não o impediu de brigar conosco dizendo que não era hora de estarmos na rua.
Entramos no elevador e enquanto ele fechava minha Irma lhe mandou um beijo só para provocá-lo. Mas o que ele poderia fazer, se nos tocasse papai iria pessoalmente falar com ele e isso seria algo muito desagradável.
Graças aos deuses que era so entrarmos no mundo dos mortos e pensarmos em nosso chalé que num piscar de olhos estávamos nele. Ninguém descobriu a nossa fuga, a não ser e claro nossos irmãos que eventualmente fugiam também.